Neste ano de 2015, chegamos a mais um marco na construção da Política Nacional de Juventude, que é o processo das conferências. Um amplo espaço democrático para debates e proposições dos avanços e conquistas juvenis, mais também de celebrar, festejar, ritualizar a multiculturalidade juvenil no Brasil e no Piauí.
Realizada em 2008, a primeira conferência estadual da juventude do Piauí, recebeu o lema "Juventude, Filha do Sol do Equador - Levante Sua Bandeira" foi um desafio aos coletivos, fóruns, organizações e grupamentos juvenis piauienses, propor em conjunto prioridades de ações que garantissem o desenvolvimento integral da juventude piauiense. Naquele momento, foi compreendido que as ações e políticas juvenis, tem o caráter transversal, e era preciso um todo organizado para se garantir que as ações propostas surgidas daquele momento, realmente fossem efetivadas. Como produto da primeira conferência, o Estado do Piauí foi um dos pioneiros na região nordeste em ter um Plano Estadual de Políticas Públicas de Juventude (Lei nº 069 de Maio de 2009), onde se apresenta um diagnóstico da realidade juvenil piauiense e as metas e ações prioritárias pra a consolidação do avanço das PPJ's no Piauí.
Dois anos após o lançamento do Plano Estadual de Juventude, nos vimos em 2011 em mais um momento de realização de conferência de juventude. Nesse momento, foi priorizado revisar e avaliar até que pontos avançamos na efetivação do plano, quais as garantias e direitos foram (ou estavam a espera se serem) efetivados. A conferência foi importante para pressionar a aprovação de mais um marco legal, na construção do Plano Nacional de Juventude. O Estatuto da Juventude, representa a conquista legal dos direitos juvenis. Aprovado em 2013, o estatuto traz um leque de onze direitos que garanta ao jovem brasileiro as condições necessárias para um desenvolvimento integral, respeitando sua individualidade e sua coletividade que o permite se organizar e torna-se protagonista de suas conquistas pessoais e coletivas.
A nova etapa da conferência de juventude, tem o desafio de pensarmos coletivamente, quais as várias formas de mudar o Piauí e o Brasil. Em um recorte em que a juventude brasileira é cada vez mais vítima e atriz principal da violência, a qual classe pertence o jovem vítima? Que juventudes exigem o fortalecimento e fazem a defesa da democracia? Qual a juventude que busca a oportunidade de empreender e qual aguarda as ações de Estado n, na geração de emprego e renda? Qual sociedade ganha na defesa da redução da maioridade penal? Que reformas são prioritárias no Brasil para que haja realmente a mudança que as juventudes esperam e que atuam para que aconteçam? Quais caminhos que nos levam a melhor efetivação das ações que contribuem pra afetar a quem realmente necessita da ação pública? Questões como essas e muitas outras ainda nos são desafios a serem encarados.
Esse terceiro momento em que mais uma vez em que os coletivos, fóruns, organizações e grupamentos juvenis piauienses são convocados a participar e contribuir, nos avanços da politica estadual e nacional de juventude é aguardado que uma nova geração, assuma as construções de uma outra que, iniciou os passos para que as políticas públicas fossem construídas. Um processo que se iniciou em 2003, e que passados 12 anos, exige-se uma releitura da realidade e uma efetivação imediata, das políticas que garantam junto com os direitos garantidos o combate ao extermínio da juventude negra, o combate a homofobia,garantam a permanência do jovem rural no seu território, a inclusão tecnológica e de produção cultural das juventudes, combata a criminalização dos movimentos sociais e populares, a defesa dos direitos d@s (jovens) trabalhadores e trabalhadoras e a defesa da democracia.
Venicio Moura Junior
Conselheiro Estadual dos Direitos da Juventude - CEDJUV/Piauí